quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Adriano - Outra história de Anjo

Esta primeira história eu recebi via e-mail.
Eram aproximadamente 22:00 horas quando um jovem começou a se dirigir para casa.
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho: "Pare e compre um litro de leite" Ele balançou a cabeça e falou alto: "Deus? É o Senhor?". Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa.
Porém, novamente, surgiu o pensamento:"Compre um litro de leite". "Muito bem, Deus! No caso de ser o Senhor, eu comprarei o leite". Isso não parecia ser um teste de obediência muito difícil......ele poderia também usar o leite. O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa.
Quando ele passava pela quarta rua, novamente ele sentiu um pedido: "Vire naquela rua". Isso é loucura......ele pensou e, passou direto. Novamente ele sentiu que deveria ter virado na quarta rua... No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela quarta rua. Meio brincalhão, ele falou alto:
"Muito bem, Deus. Eu farei". Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Parou o carro e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência......não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estavam escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa.
O jovem olhou a casa e começou a abrir a porta do carro mas voltou a sentar-se. "Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?". Pensou... Finalmente, ele abriu a porta......
"Muito Bem, Deus, se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas." Acho que isso vai servir para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui'.
Ele atravessou a rua e tocou a campainha. Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto:"Quem está aí? O que você quer?"A porta se abriu antes que o jovem pudesse fugir. Em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele tinha um olhar estranho e não parecia feliz em ver um desconhecido em pé a sua porta.
"O que quer?'. O jovem entregou-lhe o galão de leite."Comprei isto para vocês". O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. Depois, uma mulher passou pelo corredor carregando o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando:"Nós oramos. Não tínhamos mais o que dar de comer ao nosso filho. Apenas orei e pedi a Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite". Sua esposa gritou lá da cozinha:"Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco de leite...Você é um anjo?"
O jovem ainda pegou um pouco de dinheiro e colocou-o na mão do homem... Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face...


Esta segunda história aconteceu comigo:
Era um sábado quando marquei de receber um casal de amigos na marina, não sairíamos de barco mas ficaríamos por ali relaxando, admirando a paisagem e vendo o tempo passar.

Já era noitinha e pensei em fazer alguns tira-gostos, embora já tivéssemos comido quase o dia todo. Tinha quase tudo em mãos mas me faltavam alguns utensílios de cozinha que estavam em nosso veleiro que fica a uns 100 metros do píer, amarrado em uma poita.

Coloquei nosso bote inflável na água, instalei o motor mas não consegui sair. O motor não funcionava de jeito nenhum. Retirei o motor e o coloquei no cavalete para guardar. Com o mar calmo e sem ventos resolvi ir remando mesmo. Fui, peguei as coisas que precisava e voltei a terra. Logo que cheguei à praia desci do bote puxei-o um pouco para cima e fui de encontro a minha esposa e meus amigos.

Fizemos camarão, alguns molhos diferentes, tomamos vinho e conversamos bastante. Era perto de meia-noite quando nosso amigos foram embora. Enquanto minha esposa recolhia nossas coisas eu fui preparar o bote para irmos dormir no veleiro.

Cadê o bote? Sumiu...Como?...Sem vento....O bote não estava amarrado....a maré subiu... uma leve correnteza arrastou o bote para a baía.

Desesperado peguei um caíque de apoio que fica por ali e saí remando, em pé, tentando ver alguma coisa boiando naquela escuridão. Não pude ir muito longe a correnteza tinha aumentado um pouco. Tive a idéia de utilizar meu motor naquele pequeno caíque, é, aquele motor que não funcionou. Desmontei o motor, fiz o reparo, instalei no caíque, vesti um colete salva-vidas minha esposa outro e pedi para que ela sentasse no fundo do caíque para ter mais segurança. Ela com uma lanterna na mão e eu no controle do motor, saímos a procura do bote. Não sei quanto tempo navegamos, sentados no fundo do bote encharcado "fazendo água". Vencidos pelo sono resolvemos voltar. Já eram 4:30 da manhã quando optamos em dormir em nosso carro.

às 07:00 horas já estavam chegando os barqueiros e turmas para sair com seus barcos. A todos que saíam nós comunicávamos o desaparecimento do bote. Todos se prontificando a ajudar. Ligações telefônicas para a Marinha, comunicação via rádio com barcos pesqueiros e amigos. Eu, desanimadísso, descrente. Como pode um bote inflável, novo, leve, a deriva a mais de 10 horas ser encontrado pelo dono? A todos que se ofereciam para ajudar eu agradecia mas não tomava a iniciativa de sair para procurar. Até o clube ofereceu seu barco resgate para meu uso na procura. Mesmo assim eu resisti. Onze horas da manhã, eu como uma barata tonta andando pelo píer, quando encosta o Adriano com a sua lancha e diz:

"Sobe aí, eu vou achar seu barco".

Peguei meu binóculo e saímos. A medida que navegávamos ele ia perguntando, para que lado estava o vento, para que lado estava a correnteza, se aproximava das praias e eu dava uma varrida visual com o binóculo. Quando chegamos já dentro do canal de Itacuruçá ele entrou com seu barco em uma baía, a esquerda de nosso rumo, onde seria impossível o barco ter ido,
nem pelo vento, nem pela maré. Ele parou a lancha ao lado de uma ilhota e disse:

"Eu sinto que vou achar seu barco"

Engrenou novamente a marcha a vante, demos a volta na ilhota e ele voltou a dizer:

"Olha o teu bote alí"

Estava em uma prainha com duas crianças brincado dentro dele e elas nos disseram:"foi meu tio que achou...lá no mangue...e trouxe pra cá". Aguardamos o "tio" voltar e ele prontamente nos devolveu o bote.

Era nítida a emoção do Adriano ao ter encontrado o bote, a mesma emoção que sentiu aquele jovem do leite que descobriu que quando se faz as coisas, de coração, Deus pega você pela mão e leva ao lugar certo.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Defensas Bonitas e Baratas

Todo barco necessita de defensas para encostar, barco/barco ou no píer principalmente. Boas defensas são muito caras embora eficientes e bonitas.



Não fomos nós que a inventamos, já haviam duas no barco. Defensas feitas de pneus velhos revestidos com tecido grosso. Ficam tão eficientes e bonitas quanto às compradas no mercado náutico porém por um preço baixíssimo por isso, achamos por bem divulgar a quem possa interessar.

Bastam pneus velhos (do diâmetro que necessitar), um tecido grosso na cor que desejar, pedaços de barbante para fechar o tecido franzindo no centro e uns pedaços de cabo (8 ou 10 mm), aproximadamente 80 cm.

Não esqueça de furar o pneu na parte que ficar para baixo para não acumular água.

domingo, 12 de abril de 2009

Manhã de Sol

Não poderíamos perder essa manhã (cedinho mesmo) com essa luminosidade para tirarmos umas fotos.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Capítulo XII - Nosso Primeiro Passeio

(depois eu corrijo a data das fotos)
Depois de muita insistência, consegui convencer a dona de um veleiro de que barco foi feito para navegar.

Ela concordou desde que fosse "só até ali" bem pertinho.

Na realidade ela tinha razão. Temos que começar devagar, a conhecer o barco, nos conhecer dentro do barco, navegando, balançando... até então, dormíamos no barco sobre um cavalete no pátio do Iate Clube.

Tem uma praia, atrás da Ilha de Itacuruçá, bem protegida de ventos e ondas, um lugar bonito, a Praia do Boi onde, na sua entrada tem um paredão da encosta que penetra no mar até 8 metros de profundidade.

Experimentamos o motor, pescamos ( ou tentamos pescar)...


...e fizemos nossa primeira refeição a bordo. A princípio foi tudo maravilhoso.








Um dia nublado porém, com ventos fracos e poucas marolas.

Aproveitamos o horário raro em que a maré está alta e fomos reabastecer o barco no Iate Clube.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Capítulo XI - Sexta-Feira Treze

Sexta- feira, treze de março de 2009.
O dia que o barco foi pra água.

Superstição?! Não, apenas foi o dia escolhido de acordo com a "Tábua de Marés", que permitia uma maré alta às 16:30 h, ideal para descer o barco em virtude dele ser muito alto. Se você tem interesse em conhecer ou consultar a Tábua de Marés veja em nossos "Links preferidos" `a direita.

Imagine. Atravessar toda a marina, entre lanchas até chegar na "rampa". Puxado por um trator e direcionado manualmente porque a carreta tem rodas fixas e não faz curva.Isso nós fizemos um dia antes, aproveitando um dia de semana tranquilo, sem movimentação na marina para não atrapalhar o sobe e desce de lanchas.

Sexta-feira, 4 da tarde, a maré já lá no alto, um palmo para cobrir o píer. Está na hora. A movimentação foi grande, a espectativa e a emoção era maior ainda. Era nítido o nervosismo da Léia, preocupada com um mínimo de balanço que o barco dava durante a movimentação. Amigos em volta. Gente fotografando...














Aos poucos o barco foi descendo e entrando na água.




O pessoal já estava com água no pescoço quando finalmente chegou a flutuar.

Entrei no barco. A Léia embarcou depois e fomos para a poita. A poita por sinal, emprestada do Airton. Estamos esperando ainda uma poita que está sendo usada por uma traineira. Meia hora depois de apoitados o tempo virou, um sudoeste fraco, um vento forte e muita chuva que durou mais ou menos uma hora, logo depois veio a calmaria.




Organizamos tudo e pernoitamos já embarcados.

Capítulo X - A Reforma

Iniciamos os trabalhos de reforma do veleiro.



A princípio foi feita uma limpeza geral para termos noção do que era sujeira e do que estava danificado ou deteriorado pelo tempo.
Raspamos e lixamos todo o casco. Retiramos todas as camadas de tinta existentes.


Era branco, amarelo, laranja, azul, bordeax, sei lá quantas cores de fundo e faixas tinham. Só sei que o casco ficou no gel original de quando foi fabricado. Esse foi o trabalho mais difícil para mim e para a Léia, principalmente, sob um sol escaldante.

A quilha, foi necessário revesti-la totalmente de fibra outra vez, estava toda quebrada. Esse trabalho foi feito pelo Luiz (...lembra daquele bonequinho da estrela vestido de soldado camuflado que tinha cabelo e barba? O Falcon? Então, acho que é o pai dele.). O "cara" é bom, ficou novinha. Se você tem um trabalho em fibra pra fazer, liga pra ele (21) 87016973.
Compramos as tintas para o casco acima d'água e para abaixo d'água que deve ser especial, contendo veneno para evitar a incrustação de cracas, pelo menos durante uns seis meses. Pintamos tudo no "rolinho" para não sujar os barcos em volta da gente. Quatro demãos de tinta, uma lixadinha com lixa d'água entre uma demão e outra. No final, mais uma lixadinha e um cera polidora.

A porta principal também fizemos em casa. Compramos as madeiras, a veneziana e o verniz.
Lixamos e pintamos as peças de madeira: corrimãos e cunhos.

A Léia fez as cortinas e os forros para as defensas. As defensas fizemos de pneu de mini moto revestidas de tecido azul marinho. Ficou bonito, resistente e barato.
Refiz toda a parte elétrica, instalei as luzes de navegação que não existiam, quadro de distribuição de força, instalamos um ventilador (de caminhão, é ótimo).

sexta-feira, 6 de março de 2009

Capítulo IX - Amigos e Boa Vontade

Maravilha!
Temos nosso barco e um montão de coisas pra fazer.
Pedimos alguns dias para o Iate Clube até que pintássemos o fundo do veleiro para colocá-lo na água, iniciamos os orçamentos para pintura, começamos a listar os trabalhos, os materiais, os equipamentos faltantes, as melhorias.
Reformar, pintar, envernizar, substituir peças e guardar o barco. Onde?, como?, com o quê? Sim, com o quê?, se o que tínhamos era o dinheiro das férias com o qual compramos o barco. A partir daí começaram a aparecer os amigos e a nossa boa vontade.
O próprio Iate Clube nos permitiu utilizar as áreas do clube até que terminássemos a pintura do barco.
Um dos diretores, o Sérgio "maluco" nos emprestou seu "box" (transformado numa kitchinet) para dormirmos de um dia para o outro enquanto estivéssemos lá trabalhando, hoje nos ajuda com conselhos, idéias e até materiais em nossos reparos. Você já teve a emoção de ouvir de um amigo "Eu tenho maior orgulho em dizer as pessoas que sou amigo de vocês"? Pois é, isso ouvimos do Sérgio.
Um casal, O Airton e a Branca, donos de uma bela lacha cabinada, uma Cimitarra 29, tornaram-se grandes amigos nossos também.
A Branca, de coração enorme, essa não sabe o que fazer para nos agradar, principamente à Léia que também tem adoração por ela. Ele, o Airton, atualmente conselheiro do clube, também fez e faz de tudo para que nos mantenhamos no clube.
O novo comodoro, o Alex, nos concedeu, claro que também com a ajuda do Sérgio e do Airton, a possibilidade de sermos sócios temporários do Clube até que possamos, um dia, adquirir um título e, tudo o que o clube nos proporciona tem seu aval.
Uma atenção especial deve ser dada aos funcionários do Clube, mas todos mesmo, sem excessão, um a um. As duas equipes, lideradas pelo Agnaldo e pelo Anderson, são nossas companheiras diárias. Tomamos café da manhã juntos. Fazemos peixe, siris, partilhamos um almoço ou uma janta e procuramos nos ajudar. Da forma que eles nos ajudam nos sentimos também na necessidade de fazê-lo.

Optamos, eu e a Léia, em executarmos a reforma sozinhos. Apenas os serviços de fibra deixamos para um especialista que, por sinal, virou um grande amigo também. O que menos o preocupava era quanto e quando ia receber. Fizemos e estamos fazendo de tudo. Marcenaria, pintura, elétrica e tapeçaria.


Foi aí a grande surpresa e satisfação: a atuação da minha esposa, aLéia, é, a proprietária do veleiro, a sócia do Iate Clube (eu sou o dependente...) (...sempre).
Ela tem trabalhado muito. Lixando dias e dias, pintando ora o casco, ora as âncoras enferrujadas, fazendo em casa as cortinas e almofadas além de gerenciar meu trabalho, dizendo como quer as coisas afinal, éla é a comandante.

Enfim, acho que nem com dez vezes mais o dinheiro que gastamos teríamos feito o que já fizemos e tão bem feito.
Está ficando lindo!

Capítulo VIII - O Barco I

O veleiro estava atualmente com o nome de DOCE IABA que, infelizmente, não chegou a ter seu nome no costado. O casco apresentava o nome de ICEC e, quando fizemos a raspagem do casco para nova pintura, encontramos o nome de KAIOWA.
Adoraria se alguém ou ex proprietários tivessem registros ou histórias desse veleiro para ser adicionado ao seu "curriculum".




Capítulo VII - O barco

FICHA TÉCNICA

Dona Vida é um veleiro 20 pés projetado pelo carioca Roberto Barros "Cabinho". Mais de 300 unidades foram produzidas. O Dona Vida é o de número 35, fabricado em 1979.

Capítulo VI - É Ela quem Decide

Aquele muro que encontramos, na Ilha da Madeira, município de Itaguaí-RJ era o ICIM - Iate Clube da Ilha da Madeira.
Entramos e fomos nos informar sobre aquele veleiro "abandonado".
Fomos recebidos, com uma atenção impressionante pelo "barqueiro "Junior" que nos mostrou o barco e outros ainda que se encontravam nas vagas, também à venda. A atenção dada pelo Júnior foi de igual cordialidade do "Falcon", do "Agnaldo", do "Anderson" e de cada um com quem tivemos o prazer de conversar.
No "tour" entre lanchas tinha mais um veleiro, um 23 pés, 1940, de madeira, coisas por fazer mas, foi com esse que ela se impressionou. Comparando era bem maior que o de 20 pés (1 metro mais comprido) bem mais largo, aparência de robusto.

"Muito bem, seja feita a vossa vontade"

Ligamos para o proprietário, regateamos o preço e ficamos de fechar negócio em um domingo.
A ansiedade era tanta (ou o destino) nos fez ir até o Iate Clube no sábado, um dia antes de fecharmos o negócio. Fomos analisar melhor o barco, o que poderiamos melhorar e o que necessitaria reparos mais urgentes. Aí começaram aparecer alguns problemas mais sérios que trariam grandes despesas e uns técnicos em fibra que se encontravam no clube e outros proprietários de embarcações fizeram de tudo para que desistíssemos daquele barco.
Mesmo assim, ainda para satisfazer a vontade dela, tentei conversar com o proprietário e renegociar o valor para que compensasse parte das despesas futuras. Para nosso espanto e felicidade o proprietário além de nos dizer que não abaixaria o preço ele também disse que não nos venderia mais e por preço nenhum. Nada pude fazer além de lhe agradecer muito e desligar o telefone.

"Amor, vamos ver o outro então." Disse ela.
E eu, bem mandado que sou, disse: "Sim Senhora."

Voltamos ao nosso "veleiro abandonado".
Ligamos e negociamos. Creio que fizemos uma negociação saudável para nós como compradores, para o proprietário e para o clube onde o barco se encontrava ocupando espaço.
Pronto!
Somos proprietários de um veleiro!
De repente!
Quatro meses após comprar um bote!
para quem já tinha certeza que jamais teria um veleiro e,
para quem jamais colocaria os pés dentro de um bote.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Capítulo V - O Destino

Num sábado a noite, pusemos toda a parafernalha no carro, já com o bote no rack e fomos para Itacuruçá. A idéia era dormir no carro e, bem cedinho, colocar o barco na água. Foi uma noite terrível de sudoeste, achamos que o vento iria arrancar o barco com rack e tudo de cima do carro. Mudamos o carro para uma rua mais abrigada e tentamos dormir mais um pouco.

Pela manhã, foi decepcionante. Ainda ventava e chovia, o jeito era ir embora e torcer para quando chegássemos ao Rio, não estivesse chovendo e fossemos pescar em Niterói pela primeira vez.

Saímos de Itacuruçá, depois de um café com leite de padaria e pegamos a Rio-Santos no sentido Rio de Janeiro. Sempre devagar porque com o bote no rack não poderiamos passar dos 80 km/h, isso nas melhores condições de estrada.

Como a Léia sempre pergunta a cada rotatória ou uma estrada lateral que vê: "Pra onde vai pra lá?" e, não tínhamos pressa alguma eu disse "Sei lá, vamos ver" e entrei em uma estrada a direita, sentido ao mar. Andamos alguns quilômetros até encontrar uma placa ILHA DA MADEIRA e, continuamos por pura curiosidade pelo local.

Uma vila de pescadores, uma área de manguezal e, de repente, nos deparamos com um muro e acima dele um veleiro, aparentemente abandonado.

"RIO 20"
"O veleiro que eu sonhava em comprar na década de 70."

Capítulo IV - O Renascer de um Sonho

Era muita tralha, muita coisa para carregar. Uma verdadeira mudança quando se ia pescar e mais, só cabiam nós dois dentro daquele bote, o resto era pro material.

"Agora Vida, só com um barco maior. As coisas já ficariam no barco, teria um banheiro, um fogãozinho pra fazer café e até poderíamos convidar alguém, se quizéssemos... Esquece... Tá bom esse bote mesmo, não temos condições de ter nada parecido."

Aí, veio a resposta de alguém que realmente ama e tenta, de qualquer maneira, realizar o sonho da outra pessoa:

"Você tem muitas férias vencidas porque você não as vende e compra um barco qualquer, grande, nem que seja bem velho e a gente vai reformando devagar até deixá-lo do jeito que você sempre sonhou?"

Acho que não deu tempo dela terminar a frase. Acertei a venda das férias e começamos a procurar um barco ou, qualquer coisa parecida. Acho que visitamos quase todas as marinas e Iates Clubes de Santos até o Rio de Janeiro além de pesquisar na internet e, sempre, a opinião dela, para mim, prevaleceria. O barco que ela escolhesse, dentro do que a gente se propunha eu compraria.

Capítulo III - O Bote (Duplo Sentido)

O gosto pela pesca foi aumentando, querendo conhecer novos lugares, pegar peixes maiores e o principal " a linha não enroscar nas pedras nas costeiras". Foi aí que eu sugeri a compra de um bote. Seria a única forma de se distanciar das pedras, pescar num lugar mais profundo, sem enroscos, buscar peixes maiores.

"TENHO MEDO DO MAR, JAMAIS EU COLOCARIA OS PÉS DENTRO DE UM BOTE"

Mas, o prazer de pescar, o companheirismo e a confiança no que eu propunha ela aceitou. Compramos nosso bote, pela internet, de uma fábrica em Governador Valadares - MG.


Um bote de fibra de 3,5 m de comprimento e a boca (largura) ideal para poder carregar sobre o carro. Eu, preocupado com ventos ou correnteza achei melhor comprar um motorzinho de popa e, assim nasceu o Dona Vida.


Por quê "Dona Vida"?

Sempre chamei a Léia de "Vida" e meu amigo ELDER, à esquerda, sempre se referia a ela com Dna. Vida, "Como vai Dna. Vida?, Manda um beijo para Dna. Vida." e, na época que compramos o barco, precisávamos dar um nome e ele sugeriu "DONA VIDA".

Trinta anos sonhando em ter um barco e de repente ter um bote! Já me sentia um verdadeiro capitão. Saímos timidamente com ele numa praia em São Sebastião-SP pela manhã. Acho que não durou uma hora de remadas, à tarde, propus colocar o motor.


Levamos meus filhos Rodrigo e Renan, duas varas de pesca e dois puçás para pegar siris. A tarde estava linda, ventava pouco, a água estava clarinha, se via o fundo a uns dois metros de profundidade. A Léia sentada na proa, com os pés dentro d'água, o Rodrigo e o Renan ao centro e eu, na popa controlando o motor.





Pescamos muitos carapicus, algumas cocorocas e alguns siris também e, em muito pouco tempo. Adoraram a pescaria e foi esse dia o marco do "prazer pela pesca embarcada" da Léia.



"A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE". A Léia não via a hora de voltar para o Rio para pescarmos no canal de Itacuruçá e na baía de Guanabara. Não deu outra! A pesca no canal de Itacuruçá, que já era boa (para nós) no píer, no bote foi mil vezes melhor. Daí, foi só correr pro abraço.

Passamos a melhorar nosso bote.

Reforçamos o fundo com mais uma manta de fibra, trocamos as ferragens por inox, a Léia fez almofadas para os bancos e eu improvisei uma cobertura.
Mas, e o banheiro?!
Bem, improvisamos também, no bote. Criamos um vaso sanitário no bote, um furo oval no banco central do bote, um balde e um acento original almofadado e tudo. Graças a Deus não precisamos usá-lo. Pra falar a verdade, 1 vez, em Itacuruça, pra fazer xixi.

terça-feira, 3 de março de 2009

Capítulo II - A Pesca

Trinta anos se passaram até que, numa tarde, eu e minha esposa Léia, caminhávamos pelo calçadão do Flamengo, Rio de Janeiro quando vimos algumas pessoas pescando. Fiz um comentário que achava "legal" pescar e ela concordou dizendo que também achava.
"Que tal pescarmos?" Perguntei.
Ela topou!!
Compramos duas varas com molinetes, linhas, anzóis, chumbadas e fomos nós.
Em muito pouco tempo depois fui transferido para Ouro Branco-MG, depois Telêmaco Borba-PR. O jeito foi pescar em Pesque-pague. Óbvio, a tralha era outra e compramos novas varas, outros tipos de anzol, etc..


e, nesses "pesque-pague", compramos cadeiras, guarda-sol, outros tipos de vara, uma caixa maior, um isopor para bebidas....


....e a tralha crescendo.


Voltamos para o Rio em 2008.


Pescarias no Flamengo, Botafogo, Urca, Itacuruçá, São Sebastião e Santos-SP quando íamos ver os pais, os filhos e os netos.

Capítulo I - O Sonho

O sonho de ter um barco começou na decada de 70. Tudo era teoria, revistas, livros, cursos e, principalmente, descobrir uma forma de adquirir um barco, do jeito que eu imaginava.
O tempo passou, a vida me levou a outros caminhos, a outras responsabilidades e sempre, por ironia do destino, ao lado de pessoas que, além de não gostarem do mar, embora perdoável, não se preocupavam com o sonho dos outros.
Pois bem, o tempo passou, o sonho acabou e nem se quer uma canoa.